UM
PARQUE ENVOLTO EM SILÊNCIO é o quarto título do projecto editorial desenvolvido
pelo selo Artes Breves Edições, iniciado em 2020 com o livro quase-objecto Na
Cidade Exposta: Coimbra. Inclui textos de António Alves Martins et alli
e fotografias de António Alves Martins e Ana Botelho.
O
tema é o Parque de Santa Cruz, dito Jardim da Sereia, em Coimbra. Numa
primeira parte, as páginas procuram o diálogo possível entre duas das
esculturas de Rui Chafes presentes no parque e as palavras e fotografias a
preto e branco de António Alves Martins; num segundo tempo, as fotografias de
Ana Botelho – enquadradas pela escrita em off do Jardim – dão cor
ao sopro que percorre todo este lugar enquanto mundo vegetal e arquitectónico.
Um
Parque Envolto em Silêncio é um livro que combina palavras e imagens num
universo constituído por dois tempos e duas tempestades. Caberá ao
leitor estabelecer a ponte – o sentido da visão – entre os olhares que marcam
as imagens de cada um dos autores.
A
capa – envolvendo o miolo – é a materialização da ideia que atravessa toda a obra:
há momentos em que o mundo fica em silêncio.
FICHA TÉCNICA
Impressão digital. | Formato: (L.) 19 x (A.) 21 cm. | 56 páginas, com 18 fotografias a preto-e-branco e 10 a cores. | Capa impressa em Cromo 350 g, com plastificação mate. |Miolo em cadernos de oito páginas, brochura suíça, impresso em papel couché mate 170 g. | Tiragem (edição única) de 90 exemplares (+ 10 extra-série), todos numerados. | A concepção, o desenho de página e a produção são da responsabilidade de António Alves Martins|Artes Breves Edições.
Rectificação Por lapso do editor, não foi mencionada no cólofon a fonte das palavras «Não há nenhum portão, mas nós não entramos», retirada de um artigo da autoria de Rafael Vieira, intitulado «A Sereia que todos queremos e desejamos», publicado por Coimbra Coolectiva, em 28 de julho de 2022, e disponível online em https://coimbracoolectiva.pt/2022/07/28/jardins-da-cidade/.
ALGUMAS IMAGENS
capa (aberta) [foto: antónio alves martins]
fotos: antónio alves martins
DOIS EXTRACTOS
O lugar é uma mancha oblíqua delineada no centro do mapa da cidade. Nesse estado de puro traço permanece, à margem. A margem é o seu reduto, o último, espaço de resistência para o grito entre as tempestades cíclicas. Também o seu silêncio. O que podemos ver quando nele decidimos entrar […] sugere-nos a ideia de que este lugar poderá ter sido pensado, desenhado e criado única e exclusivamente como destino para todos aqueles que nele se atrevam a entrar com um único propósito – esquecer, mesmo que por instantes, o mundo que resta para lá dos muros invisíveis. Só desta maneira serão capazes de escutar o que essa ausência liberta.
•
Respiro a
manhã húmida no ar que me atravessa e inspiro-me,
literalmente,
no sopro que preenche este assombroso silêncio
vegetal;
nele permaneço, como suspenso, entre dois tempos
e duas tempestades.