I
a chuva corta –
oblíqua –
a luminosidade do dia
a luminosidade do dia
no verde da relva – memórias
variações ou a sombra
de uma azinheira
relâmpago –
pura energia rompendo a espacialidade do tempo
pura energia rompendo a espacialidade do tempo
o cavalo irrompe –
movimento feérico crepúsculo –
branco silêncio na meseta em fogo
movimento feérico crepúsculo –
branco silêncio na meseta em fogo
o pardal saltita,
finta
a chuva, persegue o verme
que desfalece, súbito,
no bico ágil
a chuva, persegue o verme
que desfalece, súbito,
no bico ágil
serenidade abstracta
–
tempo congelado dos dias de abandono
tempo congelado dos dias de abandono
na aparente calmaria das águas, o
rio
ilude a tormenta o abismo a submersão – arrasta
o silêncio – e a palavra, no poema,
é esse silêncio
ilude a tormenta o abismo a submersão – arrasta
o silêncio – e a palavra, no poema,
é esse silêncio
[Estes
textos foram escritos em Novembro e Dezembro de 2014,
na UCCI_Residência do
Montepio_Montijo;
publicados, neste blogue, em Agosto de 2015;
reescritos em 14
de Maio de 2018, em Coimbra.]